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Simpósios Temáticos - V SILF “CORALINA”

SIMPÓSIO I

 

VARIAÇÃO E MUDANÇA LINGUÍSTICA NA LÍNGUA EM USO

Camilo Rosa Silva (UFPB)

Valéria Viana Sousa (UESB)

 

 

Este Simpósio Temático pretende abrigar trabalhos que abordem questões relacionadas à variação e à mudança linguística numa perspectiva que contempla diversas correntes funcionalistas, tais como, o chamado Funcionalismo Norte-Americano (GIVÓN, 1984, 2005; HOPPER e TRAUGOTT, 1993) a Linguística Funcional Centrada no Uso (BYBEE, 2010) com sua vertente construcionalista (TRAUGOTT, 2013), como também, a corrente designada de Sociofuncionalismo (TAVARES, 2013; 2014). Essas abordagens compreendem que a forma a está serviço da função, privilegiando a primazia da língua em uso, a frequência de dados, o estudo de cunho sincrônico atrelado ao diacrônico, o interesse por fatores interacionais, a gradualidade da mudança, o pareamento entre forma e função, entre outros pressupostos. Com efeito, acomodam-se à proposta deste Simpósio os estudos que analisem dados do português para neles atestarem a variação linguística, identificando padrões de uso e analisando as motivações que impulsionam mudanças e/ou estabilidades na dinâmica interacional da língua.

 

SIMPÓSIO 2 - CANCELADO

 

GERÚNDIO E PARTICÍPIO PASSADO: MUDANÇA LINGUÍSTICA E GRAMATICALIZAÇÃO SOB O ENFOQUE DA LINGUÍSTICA COGNITIVO-FUNCIONAL

Dioney Moreira Gomes (UnB)

Maria Cristina Morais de Carvalho (IFG)

 

 

O gerúndio e o particípio passado se mostram bastante suscetíveis à mudança linguística, visto que ora apresentam propriedades verbais, ora propriedades nominais, bem como apresentam pareamentos forma/função motivados por fatores contextuais (OLIVEIRA, 2015). Nesse sentido, o objetivo deste simpósio é discutir processos de mudança linguística e gramaticalização dessas formas. O gerúndio, por exemplo, é originário do gerúndio latino ablativo e incorporou as funções do extinto particípio presente (SAID ALI, 1921; CAMPOS, 1972). Pesquisas mais recentes mostram o pareamento de formas do gerúndio mais antigas na língua com funções relacionadas à construção da argumentação (SIMÕES, 2007; REIS, 2010; CARVALHO, 2018). Já o particípio passado poderia ser identificado como uma classe à parte, nem pertencente aos verbos, nem pertencente aos nomes, se situando em um continuum entre uma e outra. Do ponto de vista formal, há uma subdivisão clara entre particípios mais verbais (os que compõem os tempos verbais compostos, por exemplo) e particípios mais nominais (os que compõem a voz passiva, por exemplo) (cf. PERINI, 2015). A identificação das funções que esses particípios exercem, sobretudo os de natureza mais nominal, precisa ser pesquisada, a fim de qualificar a discussão para além de uma mera identificação de suas propriedades morfossintáticas. Há particípios usados como elemento de comparação (“Feito eu,/ perdido em pensamentos/ sobre o meu cavalo”) (cf. NEVES, 2002). Outro uso do particípio que merece estudo é aquele em que inicia uma frase: “Derrotado em São Paulo, Padilha vira coordenador” (O Globo, 08/10/14) (cf. Gomes & Sallorenzo, 2017). A principal perspectiva teórica adotada neste simpósio é a Linguística Cognitivo-Funcional. Nela, pressupõe-se “uma simbiose entre discurso e gramática: o discurso e a gramática interagem e se influenciam mutuamente. A gramática é compreendida como uma estrutura em constante mutação/adaptação, em consequência das vicissitudes do discurso” (Furtado da Cunha, Bispo e Silva, 2013, p. 14).

 

SIMPÓSIO 3 - INTEGRADO AO SIMPÓSIO 7

 

ESTUDOS DE GRAMÁTICA: USOS E FUNÇÕES

Edvaldo Balduino Bispo (UFRN)

Maria Maura Cezario (UFRJ)

 

Pesquisas linguísticas em perspectiva funcionalista baseada no uso tomam por base, em suas análises, situações reais de interação e, com isso, contribuem significativamente para a descrição, a explicação e a interpretação dos fenômenos sob investigação. Evidenciam aspectos e motivações de natureza semântico-cognitiva e caráter pragmático-discursivo relacionados à gramática de uma língua natural, isto é, demonstram a relação motivada entre forma e função (GIVÓN, 1995). Acompanhando essa orientação, este simpósio focaliza estudos que investigam variados fenômenos linguísticos a partir de suas condições reais de uso, levando em consideração os diversos fatores sociointeracionais e cognitivos envolvidos nos arranjos morfossintáticos que assumem as estruturas linguísticas. O pressuposto é que a codificação de determinados elementos tem a ver com as funções que eles desempenham na interação discursiva e se relaciona diretamente aos propósitos comunicativos que se quer alcançar.  (GIVÓN, 2001; FURTADO DA CUNHA et al, 2015). Assume-se a concepção de que os usos linguísticos resultam de modelos convencionalizados com base na interface linguagem, cognição e ambiente sociocultural. A inter-relação dessas três dimensões motiva a fixação de padrões gramaticais, via sedimentação, a partir de ambientes interacionais específicos. Desse modo, o sistema linguístico tem uma natureza eminentemente dinâmica, visto que surge da adaptação das habilidades cognitivas humanas a eventos de comunicação específicos e se desenvolve com base na repetição ou ritualização desses eventos. Esse sistema é compreendido como uma rede de construções linguísticas, que são concebidas como pareamentos de forma e sentido (cf. Golberg, 1995; 2006; Croft, 2001) interconectadas.

 

 

 

SIMPÓSIO 4

REFLEXÕES E PROPOSTAS SOBRE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: AVANÇO E INOVAÇÃO

Eleone Ferraz de Assis (UEG)

Leosmar Aparecido da Silva (UFG)

 

Sobre o ensino de Língua Portuguesa, os documentos oficiais apontam a necessidade de se desenvolver no aluno algumas competências essenciais como processos de leitura e de escrita; análise, síntese e interpretação de dados, fatos e situações; recepção, com postura crítica, dos discursos disponíveis nos meios de comunicação; localização, acesso e uso melhor de determinada informação; planejamento, trabalho e decisão em grupo. A perspectiva funcional da linguagem, por conceber a língua como processo de interação, que se atualiza no uso, oferece arcabouço teórico e metodológico para que essas competências e também outras sejam desenvolvidas no aluno. Em vista dessas considerações, este simpósio acolhe pesquisas que fazem reflexões sobre o ensino de língua e/ou apresentam propostas cuja finalidade é contribuir para um ensino produtivo, que faça sentido para o discente e que desenvolva suas competências comunicativa, textual e linguística. Serão aceitos trabalhos cujos campos de pesquisa sejam os Ensinos Fundamental I e II, o Ensino Médio e o Ensino Superior. A expectativa é a de que este simpósio seja um meio de os pesquisadores divulgarem seus trabalhos, destacando-se contribuições e inovações.

 

 

SIMPÓSIO 5

 

JUNÇÃO DE ORAÇÕES E DE SINTAGMAS SOB A PERSPECTIVA FUNCIONALISTA

Erotilde Goreti Pezatti (UNESP/SJRP)

Roberto Gomes Camacho (UNESP/SJRP)

 

A proposta deste simpósio é trazer para discussão o processo morfossintático de combinação tanto de orações quanto de sintagmas, baseada numa concepção de gramática que incorpore as categorias pragmáticas e semânticas, alinhando-as às categorias morfossintáticas e fonológicas, conforme sustentam as teorias funcionalistas. O principal compromisso dos trabalhos a serem apresentados é, então, o de descrever a língua não como um fim em si mesmo, mas como um requisito do processamento interpessoal e representacional de cada interação verbal.

Dessa forma, esperamos discutir resultados de pesquisas de base funcionalista, envolvendo qualquer um dos tipos de junção – oracional ou sintagmática –, em português ou em qualquer outra língua, desenvolvidas sob as perspectivas descritiva ou tipológica, diacrônica ou sincrônica.

A apresentação dos trabalhos abrange duas dimensões: a primeira refere-se à combinação de oração, envolvendo fenômenos morfossintáticos denominados de coordenação, cossubordinação e correlação. A segunda dimensão trata da combinação de constituintes suboracionais, que consiste na junção de sintagmas e/ou de palavras, a que se denomina coordenação de termos ou listagem.

 

 

SIMPÓSIO 6

 

CONECTIVOS E CONEXÃO DE ORAÇÕES EM PERSPECTIVA FUNCIONAL

Ivo da Costa do Rosário (UFF)
Monclar Guimarães Lopes (UFF)

 

O objetivo deste simpósio é oferecer um lócus especializado à discussão tanto dos elementos gramaticais que têm o papel de conectar palavras, sentenças e construções em língua portuguesa (advérbios, preposições, conjunções, operadores, marcadores) quanto dos processos de integração oracional (subordinação, coordenação, hipotaxe, correlação, justaposição etc.). Os trabalhos deverão estar filiados ao Funcionalismo, em alguma de suas vertentes: no âmbito da gramaticalização (HOPPER; TRAUGOTT, 1997; HEINE, 2003), da construcionalização e das mudanças construcionais (TRAUGOTT, 2007; TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013; TROUSDALE, 2014) ou ainda sob outras perspectivas. O Funcionalismo é um grande campo de estudos em que os dados reais de fala e escrita ganham proeminência nas pesquisas de base teórica e empírica (ROSÁRIO, 2015). Um de seus braços mais recentes é a Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU), que amalgama em seu escopo as contribuições clássicas da vertente norte-americana e as mais recentes investigações da Gramática de Construções e da Linguística Cognitiva (CEZÁRIO; FURTADO DA CUNHA, 2013; ROSÁRIO; OLIVEIRA, 2016). A Linguística Funcional conta com um grande número de categorias analíticas, concebidas em uma perspectiva de gradiência, com limites fluidos. Dentre os conceitos abarcados por esse corpo teórico, podemos citar alguns como a analogização e a neoanálise por um lado, e a produtividade, a composicionalidade e a esquematicidade por outro. Serão aceitos trabalhos baseados em corpora de alguma das variedades da língua portuguesa, modalidade falada e/ou escrita, tanto em perspectiva sincrônica quanto diacrônica.

 

SIMPÓSIO 7 - INTEGRADO AO SIMPÓSIO 3

 

A RELAÇÃO FUNÇÃO-FORMA NOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS FUNCIONALISTAS

Maria Angélica Furtado da Cunha (UFRN/CNPq)

Mariangela Rios de Oliveira (UFF/CNPq)

 

Este simpósio pretende reunir pesquisas em torno da relação entre o eixo funcional e o eixo formal orientadas pela Linguística Funcional tomada em sua totalidade. Interessa-nos discutir o status e o nível de correspondência, ou de distinção, que marca esses eixos, no atual estado da arte da LF, em que se destaca, desafiadoramente, o vínculo estreito entre ambos os eixos, como em Croft  e Cruse (2004),  Goldberg (2006) e Traugott e Trousdale (2013).  Nessa reorientação, é preciso (re)discutir os conceitos de função e de forma, além da relação interna que esses conceitos mantêm entre si. Essa discussão pode adotar a concepção hierárquica de construção, tal como formulada no âmbito da modelo da Gramática de Construções, em termos do cline esquema > subesquema > microconstrução, por um lado, e de suas relações horizontais, como apresentadas em Van Del Velde (2014). É possível, também, reexaminar a relação função-forma sob a perspectiva da LF clássica, levando-se em conta a interface iconicidade x arbitrariedade nos usos linguísticos.  Para a discussão proposta, devem ser considerados os aspectos relativos às propriedades contextuais que motivam a instanciação dos elementos linguísticos, com base em Diewald e Smirnova (2012), bem como os processos cognitivos e interativos envolvidos no uso efetivo da língua, tal como assumidos em Bybee (2010; 2015).

 

 

SIMPÓSIO 8

 

FUNCIONALISMO E ENSINO

Maria Helena de Moura Neves (Unesp/Mackenzie/CNPq)

Vânia Cristina Casseb-Galvão (UFG/UEG/CNPq)

 

Neste simpósio são bem-vindos trabalhos que discutem questões envolvidas no alinhamento entre postulações teóricas linguísticas funcionalistas em suas mais variadas vertentes e o ensino de línguas em suas diferentes modalidades e tipos, com vias a fomentar um ensino eficaz e a contribuir para as relações didática vivenciada nas salas de aula. As análises devem estar voltadas para a concepção dinâmica, fluida e heterogênea da manifestação linguística (via língua e linguagem) e a contribuir para o desenvolvimento de competências sociointerativas diversas.

 

 

SIMPÓSIO 9

 

PERSPECTIVA SOCIOFUNCIONAL DA ANÁLISE LINGUÍSTICA

Sebastião Carlos Leite Gonçalves (UNESP; CNPq)

Taísa Peres de Oliveira (UFMS)

 

Na Linguística brasileira, os chamados Modelos Baseados no Uso (MBU) vêm servindo cada vez mais de referencial teórico-metodológico para pesquisas de fenômenos de mudança linguística. Sob a concepção de língua como sistema adaptativo complexo que, ao mesmo tempo, exibe estrutura, variação e gradiência (BYBEE, 2010), os MBU resultam de uma tradição de pesquisas de vieses diferenciados, que buscam na mudança linguística explicações para estados sincrônicos específicos às línguas. São exemplos desses vieses estudos preocupados com mecanismos translinguísticos de codificação gramatical das línguas e da mudança linguística, seja da perspectiva da Gramaticalização, da Gramática de Construções, da Tipologia Linguística ou mesmo da Sociolinguística. Inspirados nos MBU, os trabalhos que se acolhem neste simpósio, ainda que provenham de quadros teóricos distintos devem partilhar a preocupação com estreita relação entre a estrutura da língua e o uso que dela se faz em contextos reais de comunicação, com base em fatores não somente estruturais, mas também de ordem semântica, pragmática e discursiva, uma via de acesso para a melhor compreensão dos mecanismos motivadores da mudança linguística e do estado sincrônico das línguas, sempre emergente do uso. Sob tal proposta, propositalmente ampla, acolhem-se trabalhos de vocação sociofuncionalista variada, provenientes de diferentes quadros teóricos: da vertente clássica da Gramaticalização, da Construcionalização e Mudança Construcional, da Sociolinguística laboviana, da Gramática Discursivo-funcional, da Tipologia Linguística, da Gramática de Construcões, da Gramática Sistêmico-Funcional.

 

 

 

 

 

SIMPÓSIO 10

 

RELAÇÕES GRAMATICAIS E TIPOLOGIA DE ALINHAMENTO 

Spike Gildea (UOregon)

Flávia de Castro Alves (UnB)

 

As relações gramaticais (ou funções sintáticas, seguindo Dik 1997) descrevem as relações entre um predicado e seus argumentos, tais como sujeito, objeto direto e objeto indireto. À medida que um grande número de línguas não europeias começa a ser estudados sistematicamente (na década de 70), tornou-se evidente não ser possível estender de um jeito consistente os conceitos de sujeito e objeto para todas as línguas. O novo conjunto de termos SAO (Dixon 1979) e, posteriormente, SAPTR (Dryer 2007), passa então a ser utilizado no estudo de como as línguas codificam a informação semântica básica no nível da oração de 'quem fez o que para quem', observando como o único argumento de uma oração intransitiva (S) se alinha com um (ou ambos) argumento(s) de uma oração transitiva (A e O/P). Esse estudo, conhecido como tipologia de alinhamento (Creissels 2009), busca inicialmente identificar as propriedades morfossintáticas básicas que as línguas geralmente usam para distinguir os argumentos centrais.

Ao lado do esperado nominativo-acusativo (A=S≠P, o mesmo que sujeito-objeto), também temos ergativo-absolutivo (A≠S=P), alinhamento semântico (A, S, e/ou P divididos internamente, Wichmann & Donohue 2008; também conhecidos como “Split-S” e argumentos não canônicos), e alinhamento hierárquico (alinhamento primário dos argumentos transitivos com referência a uma hierarquia de topicalidade e, só secundariamente, em termos de A, S, e P (Gildea 2011). Alinhamentos como neutro (A=S=P), tripartido (A≠S≠P) ehorizontal (S≠A=P) também são atestados, mas são bem mais limitados em sua distribuição.

As perguntas para este simpósio são: nas línguas onde se encontram variação de alinhamento, quais são os domínios de cada alinhamento? É o caso de ser o alinhamento nominativo-acusativo (quer dizer, sujeito e objeto direto) privilegiado em sua distribuição? Uma hipótese é que morfologia (como marcação de caso e concordância verbal) mostra mais variação no alinhamento, enquanto que propriedades sintáticas (como ordem de constituintes ou ser controlador/alvo de correferência) geralmente mostram alinhamento nominativo-acusativo (Anderson 1976; Givón 2001). Outra hipótese é que o nominativo-acusativo pode ser mais consistente, enquanto os outros alinhamentos frequentemente aparecem num domínio limitado (e.g., ergativo-absolutivo só no passado/perfectivo; alinhamento semântico só com um número reduzido de verbos; alinhamento hierárquico só em orações independentes).

Este simpósio tem interesse em trabalhos que lidem com questões de alinhamento (numa perspectiva descritiva e/ou diacrônica), relações de sujeito e objeto (incluindo objeto direto/primário versus objeto indireto/secundário versus adjunto/obliquo) e marcação diferencial de argumentos.

 

 

SIMPÓSIO 11

 

INTERFACES SINTÁTICO-SEMÂNTICAS E PRAGMÁTICAS

Vânia Cristina Casseb-Galvão

Déborah Magalhães de Barros   

 

Este simpósio congrega trabalhos a respeito de fenômenos básicos da organização linguística, envolvendo relações de voz, aspecto, tempo, modalidade etc e as interfaces semântico-sintática e pragmática de sua realização na língua em uso, considerando-se que numa perspectiva funcionalista da linguagem, a maneira como o ser humano percebe o mundo auxilia a representação linguística dos eventos, que pode se dar sob diferentes pontos de vista, ou seja, a base conceptual do usuário da língua organiza o ângulo a partir do qual os eventos são pragmaticamente atualizados. Além disso, reconhece-se também que a representação do ponto de vista está relacionada à organização mental das experiências do cotidiano e, por isso, as análises dos fenômenos gramaticais devem ser amplas e considerar a inter-relação de domínios semântico-cognitivos e dos diferentes níveis de constituição linguística, e devem atentar para o fato de que o sistema gramatical se organiza através de uma rede de interconexões que envolve outros subdomínios relativos à construção do predicado e da predicação.

SIMPÓSIO 12

CONTRIBUIÇÕES DA LINGUÍSTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL PARA A DESCRIÇÃO E PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Vania Lúcia Rodrigues Dutra (UERJ/UFF)
Magda Bahia Schlee (UERJ)

Este simpósio tem como objetivo reunir trabalhos que discutam as contribuições que a abordagem sistêmico-funcional da língua tem a oferecer no âmbito da descrição e do ensino da Língua Portuguesa. A aplicabilidade do instrumental da Linguística Sistêmico-Funcional para a descrição das categorias gramaticais da língua em seus mais variados usos e para a leitura, a produção de textos e a análise linguística, em todos os níveis de ensino, vem mostrando-se produtiva. Por se caracterizar como uma teoria sociossemiótica, que prioriza a íntima relação da léxico-gramática com a construção do(s) sentido(s) dos textos, a LSF permite compreender como varia a língua, de acordo com o usuário e com as funções que ela desempenha em diferentes situações comunicativas (HALLIDAY e MATTHIESSEN , 2014). Para tanto, examina a língua como entidade não suficiente em si e analisa sua estrutura vinculada a seu contexto de uso. Essa abordagem, de base semântica, confere especial relevância à correlação entre as propriedades das estruturas gramaticais e as propriedades dos contextos em que as estruturas linguísticas ocorrem. Assim, serão aceitos, neste simpósio, resumos de trabalhos que tenham a Linguística Sistêmico-Funcional como aporte teórico para o desenvolvimento de pesquisas sobre a Língua Portuguesa em gêneros textuais diversos.

SIMPÓSIO 13

 

ESTUDOS SOBRE LÍNGUAS INDIGENAS EM PERSPECTIVA FUNCIONAL-TIPOLÓGICA

Mônica Veloso Borges (UFG)

Aline da Cruz (UFG)

Este simpósio tem como objetivo reunir trabalhos que apresentem análises de línguas indígenas sul-americanas sob um viés tipológico-funcional (SHOPEN 1985; HASPELMATH 2001, GIVON 2001), bem como que coloquem em evidência que a análise dessas línguas tem muito a oferecer para a elaboração e a reavaliação de modelos de análise linguística, particularmente ao permitirem demonstrar as motivações funcionais de categorias e estruturas linguísticas tipologicamente diversas.  Reforça-se a aplicabilidade do instrumental da Linguística Sistêmico-Funcional para análise das línguas indígenas, ao propor que as categorias gramaticais (e lexicais) sejam analisadas a partir textos espontâneos dos mais diversos gêneros, culturalmente determinados, superando assim a tendência à descrição de línguas baseada em dados elicitados. Por outro lado, espera-se que este simpósio possa também receber contribuições que reforcem o caráter dinâmico das línguas indígenas sul-americanas, mostrando-as como sistemas inerentemente em constante variação. ​

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